Disfunção erétil e as ondas de choque

A disfunção erétil é uma condição onde o homem não consegue manter uma ereção rígida suficiente para uma relação sexual. A maioria dos homens passam por falhas ocasionais de ereção, em algum momento da vida. Isso não significa impotência sexual, que é caracterizada pela incapacidade permanente de obter ou manter uma ereção rígida suficiente para uma relação sexual satisfatória.

Uma estimativa do Ministério da Saúde é que, pelo menos 25 milhões de brasileiros acima de 18 anos tem disfunção erétil em algum grau. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia, em 2014, com 1.506 pessoas entre 40 e 69 anos, mostrou que 59% dos homens já tiveram problema de ereção. Desses, 12% convivem com a dificuldade de forma recorrente.

A disfunção erétil pode ser o primeiro sinal de algum problema de saúde, principalmente no sistema circulatório. Se ele estiver sendo afetado por diabetes, hipertensão ou colesterol, pode impedir que o homem tenha uma ereção completa. É preciso fazer exames variados para determinar ou eliminar possíveis causas físicas.

Entre as possíveis causas então: distúrbios psicológicos (baixa autoestima e fatores que afetam a autoconfiança do homem como desemprego, aposentadoria, crises financeiras, luto na família, entre outros); doenças hormonais (diabetes, queda de testosterona, problemas endócrinos); doenças neurológicas (lesões na medula, mal de Alzheimer e Parkinson); doenças vasculares, que causam entupimento das artérias e veias, prejudicando a chegada do sangue ao pênis (hipertensão arterial, aterosclerose); consumo excessivo de medicamentos; cirurgias pélvicas; doença de Peyronie ou fibrose dos corpos cavernosos; alcoolismo e tabagismo.

O tratamento depende do grau de gravidade da disfunção erétil. Na linha mais leve estão as drogas orais como o Viagra e Cialis, entre outras. No Brasil, estão liberadas cinco substâncias para esse tipo de tratamento: sildenafila, vardenafila, tadalafila, lodenafila e udenafila. Na segunda linha de ação, estão as drogas injetáveis diretamente no pênis e, em último caso, estão o implante de próteses penianas, maleáveis ou infláveis.

Agora, um novo tratamento para disfunção erétil está sendo muito bem aceito. Feito com ondas de choque de baixa intensidade, utilizando o mesmo princípio e equipamento modificado do tratamento de litotripsia (pedras nos rins), o uso vem tendo ótimos relatos. Estudos realizados na Universidade de Haifa, em Israel, em 2010, mostraram resultados positivos em pacientes voluntários, principalmente nos jovens (até 50 anos). Os testes apontaram que os choques ajudaram no crescimento de novos vasos sanguíneos e melhoraram a vascularização do pênis.

Tratamento com ondas de choque para disfunção erétil
Imagem: Uol

No último Encontro Mundial de Medicina Sexual, 20º. Congresso da Sociedade Europeia de Medicina Sexual e 21º. Encontro da Sociedade Internacional de Medicina Sexual, realizado no início de março deste ano, em Lisboa, houve vários relatos interessantes sobre o uso das ondas de choque.

As ondas de choque já vinham sendo usadas com sucesso no tratamento da Doença de Peyronie, placa fibrótica ou nódulos que se desenvolvem nos corpos cavernosos do pênis e que impede que eles se expandam normalmente e provocam distorções na forma e inclinação do pênis, causando curvaturas acentuadas de até 90 graus. No tratamento da curvatura, a grande vantagem é de ser feito sem cortes e sem internação, podendo ser realizado em consultório, trazendo melhorias na dor e estabilização da doença. E um custo bem em conta. Hoje, uma cirurgia para Peyronie pode custar de R$ 8 mil a R$30 mil.

Mas, a partir da Peyronie, os médicos perceberam que o tratamento, além de eliminar os nódulos, estimula a formação de colágeno e isso promove uma revitalização e revascularização da fibra muscular e da célula no local, ajudando na correção da disfunção erétil. E é possível, também, que ajude no engrossamento peniano porque, com uma maior vascularização, mais sangue irá para o pênis. Mas isso ainda precisa ser melhor estudado. As ondas de choque já vêm sendo usadas há tempos na dermatologia, para tratar pele e rugas, porque revitalizam com a formação do colágeno.

Fontes: Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Urologia e portal Dráuzio Varela

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